Somente quando Hiker desapareceu no Colorado, anos depois, um cartão SD é encontrado escondido em seu sapato…
Em uma manhã fresca de setembro de 2015, o policial Piper Crumbede, de 31 anos, partiu sozinho para uma caminhada de vários dias no Parque Nacional das Montanhas Rochosas. Conhecido por sua natureza meticulosa e precisão tática como veterano do Departamento de Polícia de Denver, o desaparecimento de Piper daria origem a uma das investigações de desaparecimento de pessoas mais desconcertantes e emotivas da história do Colorado — um caso que permaneceria sem solução por anos, até que um único cartão SD escondido fosse descoberto.
Os primeiros sinais de problemas
A reunião de comando do Departamento de Polícia de Denver em 14 de setembro de 2015 foi marcada por uma ausência gritante: o policial Crumbede, recém-promovido e conhecido por sua confiabilidade, não compareceu. As ligações iniciais foram direto para a caixa postal; seus pais, Jerick e MNA, revelaram que ele havia tirado uma licença autorizada para uma caminhada solo para descompressão antes de sua nova função. Ele deveria retornar em 12 de setembro, mas no dia 14 não houve mais notícias.
Piper era uma alpinista experiente e policial treinada, confortável no terreno desafiador do Colorado. Seu desaparecimento foi imediatamente alarmante. Ao meio-dia, ela foi oficialmente declarada desaparecida.
Uma busca massiva no deserto
Os investigadores encontraram o veículo de Piper estacionado e sem interferência no início da trilha, exatamente onde sua licença para trilhas em áreas remotas indicava. Seu último contato confirmado foi uma mensagem de texto para sua mãe em 9 de setembro, enviada da entrada do parque, mencionando que o sinal de celular ficaria indisponível em breve.
O Parque Nacional das Montanhas Rochosas, com seus 1.067 quilômetros quadrados de picos escarpados e clima imprevisível, tornou-se palco de uma busca massiva. Guardas florestais, equipes de busca e salvamento, voluntários e policiais do Departamento de Polícia de Denver montaram um centro de comando. Helicópteros realizaram buscas com redes em baixa altitude; equipes com cães vasculharam as trilhas. Os buscadores foram implacáveis, sabendo que o treinamento de Piper a ajudaria a sobreviver caso se machucasse.
No entanto, apesar dos esforços exaustivos, nenhum vestígio de Piper foi encontrado. Os dias se transformaram em semanas. Mesmo pistas técnicas, como o cancelamento de um pedido de equipamento de escalada no gelo, não levaram a lugar nenhum. Os investigadores consideraram brevemente se Piper havia tentado uma escalada perigosa e não autorizada, mas buscas em campos de gelo remotos não resultaram em nada.
Supervisão crítica
Durante a busca inicial, uma possível pista foi ignorada: o Alpine Lodge High Alpine, um remoto posto avançado sazonal próximo, mas não na rota planejada por Piper. Ela presumiu que seria um desvio improvável; ninguém entrevistou a equipe. Com a mudança do outono para o inverno, a busca foi reduzida. Os pais de Piper organizaram esforços particulares, mas as montanhas permaneceram silenciosas.
Por quase dois anos, o caso ficou parado. A família Crumbede suportou a incerteza agonizante, recusando-se a aceitar que sua filha havia simplesmente desaparecido.
A inovação: um cartão SD oculto
Em julho de 2017, a bióloga de campo Ellen Wilder se deparou com uma barraca esfarrapada e equipamentos degradados em uma área remota do parque enquanto pesquisava florestas devastadas por besouros. Entre os itens, havia um par de tênis de caminhada. Dentro, escondido sob a palmilha, havia um cartão de memória SD espalhado — um ato deliberado, provavelmente de alguém com experiência em preservação de evidências.
O equipamento e a identificação parcial confirmaram que os itens pertenciam a Piper. A descoberta desviou a investigação de um caso de pessoa desaparecida para um possível homicídio. O cartão SD, enviado ao Departamento de Investigação do Colorado, havia se deteriorado gravemente após dois anos de exposição aos elementos. As tentativas iniciais de recuperar os dados falharam, mas os peritos forenses se recusaram a desistir, empregando técnicas avançadas de chip.
Após semanas de trabalho árduo, a equipe conseguiu extrair metadados fragmentados da tabela de alocação de arquivos do cartão. Nenhuma imagem ou vídeo sobreviveu, mas eles recuperaram coordenadas de GPS e registros de data e hora: migalhas digitais apontando para uma caverna remota a quilômetros de distância da localização do equipamento.
Uma nova busca: a caverna
As coordenadas levaram uma equipe especializada de busca a uma fissura escondida nos penhascos de calcário, longe das trilhas estabelecidas. Dentro da caverna, encontraram uma garrafa de água característica, identificada pela família de Piper como sendo dela, mas que não estava mais lá, nenhuma câmera e nenhuma outra pista. As evidências eram circunstanciais, mas convincentes: Piper estivera na caverna, mas as circunstâncias permaneciam dolorosamente obscuras.
Por que seu equipamento foi encontrado a quilômetros de distância? Teria ele tentado andar após um ferimento? O mistério se aprofundou.
Uma testemunha falsa e um caminho frio
Os investigadores revisitaram o High Alpine Lodge, onde a proprietária, Quila Brasher, identificou Piper inicialmente como uma hóspede que havia jantado com um homem pouco antes de seu desaparecimento. Isso pareceu um avanço, até que Brasher retirou sua declaração, admitindo um caso de identidade equivocada após analisar fotos online. A investigação foi novamente paralisada.
Uma agulha burocrática no palheiro
Em 2018, um novo pesquisador adotou uma abordagem não convencional, cruzando o treinamento da Academia de Polícia de Piper com especialistas locais em áreas selvagens. Uma ligação tênue surgiu: Vaughan Go, um guia local e ex-contratado da polícia para operações em áreas selvagens, correspondia à descrição vaga fornecida por Brasher antes de sua retratação.
A verificação de antecedentes do GO revelou uma condenação oculta por roubo qualificado. Ele era conhecido por frequentar cavernas remotas e tinha habilidade para navegar pelo terreno implacável onde Piper desapareceu. As evidências circunstanciais se acumulavam.
A prisão tática
Investigadores rastrearam Go liderando um passeio privado pelo parque. Em uma operação em alta altitude, policiais disfarçados de guardas florestais o interceptaram em uma colina estreita. Uma vez isolado, Go foi preso pelo desaparecimento de Piper Crumbede.
Sob pressão, Go confessou. Ele confirmou a suspeita inicial de Brasher: havia conhecido Piper no chalé e eles decidiram caminhar juntos, formando rapidamente uma conexão próxima. Na caverna, Go revelou seu passado criminoso. Piper, alarmada, exigiu ir embora. Uma discussão se intensificou; Go a empurrou, fazendo-a cair e bater a cabeça em uma pedra. Em pânico, ele fugiu, deixando-a para trás.
Com base na confissão de Go e nas evidências, os investigadores teorizaram que Piper, ferida, mas consciente, tentou documentar sua situação, explicando os metadados do cartão SD, antes de escondê-lo no sapato. Ela tentou andar, mas seus ferimentos foram fatais. Seus restos mortais foram encontrados posteriormente sob uma saliência rochosa, confirmando o relato de Go.
Encerramento e consequências
Go se declarou culpado de assassinato e foi condenado a 20 anos de prisão. Para Jerick e MNA Crumbede, a descoberta dos restos mortais da filha trouxe um desfecho devastador após anos de agonia.
Lições do deserto
O desaparecimento e a morte de Piper Crumbede expuseram os limites até mesmo do planejamento e treinamento de sobrevivência mais meticulosos. O caso destacou os desafios das operações de busca em áreas selvagens, a importância da inovação forense e a agonia das oportunidades perdidas, como a testemunha esquecida no alojamento.
No fim das contas, foi um cartão SD escondido, preservado por meio de um ato desesperado, que proporcionou a descoberta. A história de Piper é um testemunho da resiliência, dos perigos imprevisíveis da natureza e da busca incansável pela verdade diante de adversidades avassaladoras.