Trump exige que Kamala Harris, Beyoncé e Oprah sejam processadas por pagamentos da campanha de 2024: ” Totalmente ilegal”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica ao exigir, em uma série de postagens na plataforma Truth Social, que a ex-vice-presidente Kamala Harris, a cantora Beyoncé, a apresentadora Oprah Winfrey e o ativista Al Sharpton sejam processados por supostas irregularidades em pagamentos realizados durante a campanha presidencial de 2024. Segundo Trump, a campanha democrata teria desembolsado milhões de dólares para celebridades em troca de apoio público, o que ele classifica como uma prática ilegal e uma violação das leis eleitorais americanas. As acusações, amplamente divulgadas pelo jornal New York Post, reacendem o debate sobre a influência de celebridades na política e a transparência no financiamento de campanhas.

Trump iniciou sua ofensiva no sábado, quando escreveu em sua rede social: “Estou analisando a grande quantidade de dinheiro devido pelos democratas após a eleição presidencial e o fato de que eles admitem ter pago, provavelmente ilegalmente, US$ 11 milhões à cantora Beyoncé por um endosso (ela nunca cantou nem uma nota e deixou o palco sob vaias e um público irritado!)”. Ele também afirmou que a campanha de Harris pagou US$ 3 milhões à apresentadora Oprah Winfrey e US$ 600 mil ao ativista e apresentador Al Sharpton, valores que, segundo ele, foram declarados incorretamente nos registros financeiros. “NÃO É PERMITIDO PAGAR POR UM ENDOSSO. É TOTALMENTE ILEGAL FAZER ISSO. Você pode imaginar o que aconteceria se os políticos começassem a pagar para que as pessoas os endossassem? O caos se instalaria!”, declarou Trump, exigindo que Harris e todos os envolvidos sejam processados.

Os registros oficiais da Comissão Federal de Eleições (FEC) mostram que a campanha de Harris realizou pagamentos à Parkwood Entertainment, empresa de produção de Beyoncé, no valor de US$ 165 mil, relacionados a um comício em Houston, Texas, no dia 26 de outubro de 2024. O evento, que contou com a presença da cantora, gerou controvérsia após relatos de que o público ficou frustrado por ela não ter se apresentado musicalmente, limitando-se a um breve discurso de apoio à candidata democrata. Tina Knowles, mãe de Beyoncé, negou veementemente as alegações de que sua filha teria recebido US$ 11 milhões, classificando o valor como “falso” e afirmando que a cantora custeou todas as despesas de sua participação no evento. “Ela não recebeu um centavo sequer”, declarou Knowles em resposta a rumores disseminados por figuras conservadoras.

Da mesma forma, a Harpo Productions, empresa de Oprah Winfrey, recebeu US$ 1 milhão para cobrir custos logísticos e de produção de um evento de campanha em Michigan, que incluiu uma transmissão ao vivo. Oprah, uma figura influente que frequentemente apoia causas progressistas, também negou ter recebido qualquer pagamento pessoal, esclarecendo que o montante foi destinado à equipe de produção do evento. “As pessoas que trabalharam na produção foram remuneradas, e merecidamente. Fim da história”, afirmou a apresentadora em suas redes sociais. Já o National Action Network, organização liderada por Al Sharpton, recebeu US$ 500 mil da campanha de Harris, o que Trump também questionou como sendo um pagamento por endosso.

A campanha de Kamala Harris, que arrecadou mais de um bilhão de dólares em poucos meses, rejeitou as acusações de Trump, afirmando que todos os pagamentos foram devidamente declarados e destinados a custos operacionais, como transporte, produção de eventos e infraestrutura, práticas permitidas pela legislação eleitoral. Um porta-voz da campanha declarou ao site Deadline que “nenhum artista foi remunerado por apoio político” e que todas as transações seguiram as normas da FEC. A Comissão Eleitoral Federal esclarece que campanhas podem pagar por serviços relacionados a eventos, desde que os valores sejam justos e declarados publicamente, mas proíbe explicitamente pagamentos diretos por endossos.

As acusações de Trump, feitas em um contexto de alta polarização política, parecem seguir uma estratégia de desviar a atenção de controvérsias internas, como as relacionadas ao caso Jeffrey Epstein, e direcionar críticas à campanha democrata. Analistas apontam que o presidente busca questionar a legitimidade do apoio de celebridades a Harris, que contou com nomes como Bruce Springsteen, Lady Gaga e Bono Vox durante sua campanha. Apesar do esforço de mobilizar eleitores com eventos de grande visibilidade, Harris sofreu uma derrota significativa nas urnas, com Trump recuperando a presidência em 2024.

O envolvimento de celebridades na política americana não é novidade, mas as alegações de Trump levantam questões sobre os limites éticos e legais do uso de figuras públicas em campanhas eleitorais. Enquanto a campanha de Harris nega qualquer irregularidade, as declarações de Trump intensificam o debate sobre transparência e financiamento eleitoral, alimentando especulações e divisões em um cenário político já marcado por tensões. Até o momento, não há evidências concretas que sustentem as acusações de pagamentos diretos por endossos, e a FEC não se pronunciou oficialmente sobre uma possível investigação. O caso, no entanto, promete continuar gerando discussões acaloradas no cenário político americano.

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