No mundo veloz das mídias sociais, rumores se espalham como fogo em palha, e o mais recente a incendiar a internet é a alegação de que a lenda de Hollywood Robert De Niro foi banido permanentemente do X por Elon Musk por sua “presença consciente”. A história, repleta de drama, cativou o público, alimentou debates acalorados e deixou os fãs questionando a verdade. Mas, à medida que a poeira baixa, fica claro que essa história é menos sobre uma proibição real e mais sobre o poder da desinformação na era digital. Vamos mergulhar nas origens dessa farsa viral, seu impacto e o que ela revela sobre a cultura das celebridades e as narrativas online.

O boato surgiu pela primeira vez em junho de 2024, quando um site satírico, SpaceXMania, publicou um artigo alegando que Musk havia banido De Niro do X, citando o bilionário dizendo: “Não há espaço para sua presença woke aqui”. O artigo, marcado como paródia, foi projetado para risos, mas sua manchete sensacionalista e natureza compartilhável o fizeram disparar nas mídias sociais. Postagens no X e em plataformas como o Facebook amplificaram a história, com usuários compartilhando capturas de tela e expressando indignação ou apoio. Em janeiro de 2025, a alegação ressurgiu, com postagens do X em vários idiomas – inglês, espanhol, alemão e francês – reacendendo a controvérsia. Um usuário até escreveu: “Elon Musk vire Robert De Niro de X – ‘Il n’y a pas de place pour son programme woke ici'”, mostrando o alcance global da farsa.
De Niro, o ator de 81 anos vencedor do Oscar, conhecido por papéis icônicos em O Poderoso Chefão Parte II e Touro Indomável , há muito tempo critica veementemente figuras políticas, especialmente Donald Trump. Suas opiniões liberais francas, frequentemente rotuladas de “conscientes” por seus detratores, tornaram o boato plausível para alguns. A ideia de Musk, dono do X e autoproclamado defensor da liberdade de expressão, entrar em conflito com um peso-pesado de Hollywood se encaixava perfeitamente na narrativa polarizada das guerras culturais. Mas havia um grande problema: a história não era verdadeira.

O assessor de imprensa de De Niro, Stan Rosenfield, rapidamente desmentiu o boato, dizendo à Reuters e ao USA Today que o ator não tem presença nas redes sociais, incluindo no X. “Robert De Niro não está em nenhuma rede social”, afirmou Rosenfield, tornando a ideia de um banimento impossível. Organizações de checagem de fatos como PolitiFact e Logically Facts confirmaram ainda mais a falsidade da história, rastreando-a até a fonte satírica. Notas da comunidade sobre as postagens de X, como uma que dizia “Cette information est fausse”, ajudaram a esclarecer a desinformação para os usuários. Nenhum veículo de notícias confiável ou declaração oficial de Musk ou X jamais apoiou a alegação.
A persistência da farsa destaca os desafios de navegar pela verdade online. Apesar das evidências claras, alguns usuários do X continuaram a questionar a desmistificação, com um deles perguntando: “Por quê?!?!?!?!” em resposta ao boato, refletindo o desejo de acreditar na narrativa. O ativismo de alto perfil de De Niro, incluindo seus comentários de 2016 chamando Trump de “descaradamente estúpido” e seu envolvimento na campanha de Biden em 2024, o tornaram um alvo para tais histórias. Enquanto isso, as próprias postagens controversas de Musk sobre o X, frequentemente criticando a cultura “woke”, deram credibilidade à disputa fictícia aos olhos de alguns.
Este escândalo fabricado revela muito sobre nossa obsessão com o drama das celebridades e a mecânica da desinformação. De Niro, um ícone cultural, representa mais do que apenas um ator — ele é um símbolo da elite liberal de Hollywood, o que o torna um alvo preferencial para piadas satíricas e golpes políticos. Musk, como o enigmático dono de X, personifica um contraponto: um magnata da tecnologia desafiando as normas estabelecidas. O confronto entre esses titãs, mesmo que fictício, explora tensões reais entre liberdade de expressão, ideologia e poder.
A disseminação do boato também ressalta a fragilidade da verdade na era das mídias sociais. A sátira, quando desprovida de contexto, pode se transformar em “fato” com um único compartilhamento. Enquanto os usuários do X debatiam o banimento, alguns o celebravam como uma vitória contra a cultura “woke”, enquanto outros o denunciavam como censura. A verdade — que De Niro nunca esteve no X — se perdeu no barulho. Esse fenômeno não é novo, mas sua velocidade e escala são singularmente modernas, amplificadas por plataformas como o X, onde as emoções muitas vezes superam as evidências.
Para De Niro, é improvável que a farsa manche seu legado. Ele continua trabalhando em projetos como o próximo Alto Knights e continua sendo um defensor ferrenho de suas crenças, sem se deixar abater pelas discussões online. Para a X, o incidente destaca a natureza dúbia da plataforma: um espaço para o discurso aberto, mas também um terreno fértil para a desinformação. Musk, que já enfrentou sua própria cota de controvérsias, não comentou o boato, mas sua visão da X como uma plataforma “em busca da verdade” enfrenta um escrutínio constante.