Não há evidências confiáveis de que a Liga Nacional de Futebol Feminino (NWSL) tenha expulsado Megan Rapinoe ou feito qualquer declaração oficial afirmando que “sua consciência prejudica os esportes femininos”. Essa narrativa parece ser uma alegação sensacionalista ou desinformação, possivelmente circulando em redes sociais ou fontes não verificadas. Com base em informações disponíveis até 15 de abril de 2025, Megan Rapinoe, uma das jogadoras mais icônicas da história do futebol feminino, encerrou sua carreira profissional em 2023, após uma trajetória brilhante na NWSL e na seleção dos Estados Unidos. Vamos analisar o contexto, os fatos e as implicações dessa alegação para esclarecer a situação.

Megan Rapinoe, nascida em 5 de julho de 1985, é uma ex-jogadora profissional de futebol, amplamente reconhecida por suas conquistas dentro e fora de campo. Como ala do OL Reign, clube da NWSL, e da seleção feminina dos Estados Unidos (USWNT), Rapinoe conquistou dois títulos da Copa do Mundo (2015 e 2019), uma medalha de ouro olímpica (2012) e o prestigioso Ballon d’Or Féminin em 2019. Além de seu talento técnico, com 63 gols e 73 assistências em 203 jogos pela seleção, Rapinoe é conhecida por seu ativismo em prol dos direitos LGBTQ+, igualdade de gênero, justiça racial e equidade salarial no esporte.
Rapinoe anunciou sua aposentadoria em julho de 2023, encerrando sua carreira após a temporada da NWSL. Sua última partida, a final da NWSL de 2023 contra o Gotham FC, terminou com uma lesão no tendão de Aquiles aos três minutos de jogo, resultando em uma derrota por 2 a 1 para o OL Reign. Apesar do desfecho frustrante, Rapinoe foi homenageada por sua contribuição ao esporte, com um recorde de público de 34.130 pessoas em seu último jogo em casa no Lumen Field.
A afirmação de que a NWSL expulsou Rapinoe com a justificativa de que “sua consciência prejudica os esportes femininos” não encontra respaldo em fontes confiáveis, como comunicados oficiais da liga, reportagens de veículos como ESPN, CNN ou The Athletic, ou mesmo nas redes sociais verificadas de Rapinoe ou da NWSL. Essa narrativa pode ter origem em campanhas de desinformação ou críticas polarizadas contra Rapinoe, que frequentemente enfrentou reações negativas devido a suas posições progressistas.
questionaram a participação de atletas trans, afirmando que tais discursos alimentam violência contra pessoas transgênero. Rapinoe declarou que acolheria uma mulher trans na USWNT, mesmo que isso significasse substituir uma jogadora cisgênero, rejeitando a ideia de que atletas trans “tomam o lugar” de outras mulheres. Essa postura gerou críticas de grupos conservadores, que a acusaram de comprometer a “justiça” no esporte feminino.
No entanto, não há registros de que a NWSL, uma liga que promove diversidade e inclusão, tenha tomado qualquer medida punitiva contra Rapinoe. Pelo contrário, a liga celebrou sua carreira, e sua aposentadoria foi marcada por tributos, como a cerimônia em Seattle e a presença de ícones esportivos, incluindo Billie Jean King e Ken Griffey Jr., em um vídeo de homenagem.
O debate sobre a participação de atletas transgênero e intersexo no esporte feminino tem sido um tema sensível, especialmente após casos como o da boxeadora argelina Imane Khelif e da velocista paralímpica transgênero Valentina Petrillo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024. Declarações de figuras públicas, como J.K. Rowling, que criticou Khelif e Petrillo, intensificaram as discussões sobre elegibilidade e justiça competitiva. Rapinoe, por sua vez, posicionou-se consistentemente a favor da inclusão, o que pode ter alimentado narrativas críticas contra ela em círculos que se opõem a essas políticas.
A NWSL, como organização, tem se concentrado em melhorar a segurança e o bem-estar das jogadoras, especialmente após o escândalo de abuso sistêmico revelado em 2021. Rapinoe foi uma das vozes mais proeminentes na cobrança por accountability, criticando treinadores e proprietários envolvidos, como Paul Riley e Rory Dames, e exigindo reformas na liga. Suas ações fortaleceram a NWSL, contribuindo para a implementação de políticas de proteção e para o crescimento da liga, que em 2023 anunciou um acordo de mídia de US$ 240 milhões. Não há indícios de que suas posições sociais ou ativismo tenham sido vistas como “prejudiciais” pela NWSL.
A alegação de expulsão pode ter surgido de postagens no X ou outras plataformas, onde Rapinoe frequentemente enfrenta ataques por suas posições políticas, como seu apoio a Colin Kaepernick, sua crítica ao ex-presidente Donald Trump ou sua luta por igualdade salarial. Em 2016, ela foi a primeira atleta branca a se ajoelhar durante o hino nacional em solidariedade a Kaepernick, o que gerou críticas de setores conservadores. Além disso, sua risada após errar um pênalti na Copa do Mundo de 2023 foi mal interpretada por alguns como falta de seriedade, embora Rapinoe tenha explicado que era uma reação de “humor negro” à pressão do momento. Essas controvérsias podem ter sido distorcidas para criar uma narrativa falsa de expulsão.
Longe de prejudicar o esporte feminino, Rapinoe foi uma força transformadora. Sua liderança na luta por igualdade salarial resultou em um acordo histórico em 2022, garantindo paridade entre as seleções masculina e feminina dos EUA. Sua presença elevou a visibilidade da NWSL, com a liga dobrando a média de público de 5.000 para 10.000 torcedores por jogo entre 2015 e 2023. Rapinoe também inspirou uma nova geração de jogadoras, como Trinity Rodman, e deixou um legado de ativismo que transcende o campo.
A alegação de que a NWSL expulsou Megan Rapinoe por sua “consciência” é infundada e não corroborada por fontes confiáveis. Rapinoe encerrou sua carreira como uma das maiores figuras do futebol feminino, celebrada por sua contribuição ao esporte e à sociedade. Narrativas como essa muitas vezes emergem de polarizações políticas ou desinformação, especialmente em torno de figuras públicas com posturas progressistas. Para os fãs do futebol feminino, o legado de Rapinoe permanece intacto: uma carreira de conquistas, coragem e impacto duradouro.