O Grande Prêmio da Bélgica de 2025, realizado no lendário circuito de Spa-Francorchamps, foi palco de um turbilhão de emoções e controvérsias, com o heptacampeão mundial Lewis Hamilton no centro das manchetes. Após um fim de semana marcado por atuações inconsistentes, decisões de arbitragem controversas e clima imprevisível, Hamilton quebrou o silêncio com declarações sensacionalistas sobre a condução da corrida pela FIA, gerando um debate acalorado no mundo da Fórmula 1.

O fim de semana belga de Hamilton teve um início instável. Na classificação sprint, o piloto da Ferrari foi eliminado na Q1 após dois erros custosos em suas voltas rápidas, relegando-o a um nada invejável 18º lugar na corrida sprint. A situação não melhorou muito na classificação para a corrida principal, onde uma violação dos limites da pista em Raidillon anulou seu tempo mais rápido, condenando-o à 16ª posição no grid, agravada por uma penalidade de 10 posições no grid por uma troca de motor não permitida pelo regime de parque fechado. Essa penalidade, também imposta a Fernando Alonso e Kimi Antonelli, forçou Hamilton a largar do pit lane, um duro golpe para suas ambições.
Apesar desses contratempos, Hamilton demonstrou seu lendário espírito de luta no domingo. Largando da 18ª posição, ele orquestrou uma recuperação impressionante, capitalizando uma estratégia ousada ao ser o primeiro a trocar para pneus slicks na volta 12. Essa jogada perfeitamente executada permitiu que ele ultrapassasse seis pilotos em uma única manobra e subisse para a sétima posição. No entanto, sua configuração otimizada para o molhado, antecipando uma corrida molhada, o prejudicou no seco, impedindo-o de competir com Alexander Albon nas retas. Apesar desse resultado honroso, Hamilton não escondeu sua frustração, descrevendo este Grande Prêmio como “um fim de semana para esquecer”, enquanto elogiava o trabalho de sua equipe.
Mas foram seus comentários pós-corrida sobre a FIA que realmente abalaram o paddock. Em entrevista ao GPBlog e outras mídias, Hamilton criticou a decisão de adiar o início da corrida em mais de 80 minutos devido à chuva. Ele disse que a cautela excessiva foi uma resposta direta aos eventos controversos no Grande Prêmio da Grã-Bretanha em Silverstone, onde uma corrida em condições semelhantes atraiu críticas. “Acho que foi apenas uma reação em Silverstone. A visibilidade não estava tão ruim quanto na última corrida, mas eles decidiram esperar para ter certeza”, disse ele, acrescentando que lamentava a falta de uma corrida molhada de verdade, um desafio que ele particularmente aprecia. Esses comentários ecoaram os de Max Verstappen, que também denunciou a decisão como muito conservadora, penalizando as equipes que optaram por configurações para chuva.
Hamilton foi além, revelando ter enviado documentos confidenciais à Ferrari para destacar as falhas da equipe e da FIA em termos de regulamentos e gestão de corrida. Esses “memorandos”, como o ex-projetista Gary Anderson os chamou, geraram polêmica. Anderson criticou a medida, acreditando que um piloto não deveria compartilhar tais informações com a mídia, o que poderia prejudicar a coesão da equipe. Essa revelação alimentou especulações sobre tensões internas na Ferrari, especialmente após o anúncio surpresa de que Johannes Hatz seria o novo engenheiro de performance de Hamilton, substituindo Riccardo Corte. A mudança, oficializada durante o fim de semana na Bélgica, adicionou uma camada de intriga a um Grande Prêmio já movimentado.
Com a temporada de 2025 em andamento, os holofotes permanecem firmemente voltados para Hamilton e a Ferrari. Entre suas performances em pista, suas duras críticas à FIA e a turbulência dentro de sua equipe, o britânico continua a agitar a Fórmula 1. Spa-Francorchamps, com sua cota de drama e surpresas, provou mais uma vez por que este circuito continua sendo o favorito dos fãs. Mas para Hamilton, este fim de semana será marcado por uma frustração palpável e um desejo de voltar mais forte, especialmente no próximo Grande Prêmio da Hungria. A questão permanece: suas revelações terão repercussões na governança da FIA ou em seu relacionamento com a Ferrari? Só o tempo dirá.