Elon Musk gera polêmica: pede que atleta transgênero Katie Spencer seja destituída de sua medalha de ouro e culpa agenda “woke” por arruinar os esportes!

Elon Musk, o bilionário dono da Tesla, SpaceX e da rede social X, voltou a causar furor com declarações explosivas. Desta vez, o alvo é a atleta transgênero americana Katie Spencer, que conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 na categoria de levantamento de peso feminino. Em uma série de postagens no X em abril de 2025, Musk exigiu que a medalha de Spencer fosse retirada, alegando que sua participação na categoria feminina é “injusta” e resultado de uma “agenda woke” que, segundo ele, está “destruindo a integridade dos esportes”. A polêmica reacende um debate global sobre a inclusão de atletas transgêneros em competições esportivas e coloca Musk, mais uma vez, no centro de uma tempestade midiática.

Katie Spencer, de 28 anos, fez história ao se tornar uma das primeiras mulheres transgênero a subir ao pódio olímpico em uma modalidade de força. Sua vitória, no entanto, foi recebida com aplausos e críticas. Enquanto ativistas da comunidade LGBTQIA+ celebraram a conquista como um marco pela inclusão, vozes conservadoras, incluindo Musk, argumentaram que Spencer teria uma “vantagem biológica” por ter passado pela puberdade masculina antes de iniciar a transição hormonal. Em um post no X, Musk escreveu: “O ouro de Katie Spencer é uma farsa. A agenda woke está matando o esporte feminino. Vamos devolver a justiça às atletas que nasceram mulheres!”. A declaração, que rapidamente viralizou, gerou milhares de reações, dividindo opiniões entre apoio fervoroso e acusações de transfobia.

A controvérsia não é nova. Desde que a halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard competiu em Tóquio 2020, a participação de mulheres trans em esportes femininos tem sido um tema polarizante. O Comitê Olímpico Internacional (COI) permite que atletas transgênero compitam na categoria feminina, desde que mantenham níveis de testosterona abaixo de 10 nmol/L por pelo menos 12 meses, uma regra que Spencer cumpriu rigorosamente. Estudos, como um financiado pelo COI e publicado no British Journal of Sports Medicine em 2024, indicam que a terapia hormonal reduz significativamente a força e a massa muscular em mulheres trans, minimizando possíveis vantagens competitivas. Ainda assim, críticos como Musk insistem que essas medidas são insuficientes, apontando diferenças fisiológicas que, segundo eles, persistem após a transição.

A reação à postura de Musk foi imediata. A própria Spencer respondeu no X, defendendo sua conquista: “Treinei por anos, segui todas as regras e superei preconceitos para chegar aqui. Minha medalha é minha, e ninguém vai tirá-la”. Organizações como a Athlete Ally, que promove a inclusão no esporte, condenaram as declarações de Musk, chamando-as de “discriminatórias e baseadas em desinformação”. Por outro lado, figuras como o presidente americano Donald Trump, que recentemente assinou uma ordem executiva proibindo mulheres trans em esportes femininos nos EUA, apoiaram Musk. Trump escreveu no X: “Elon está certo. Isso é sobre justiça para as mulheres. Chega de woke nos esportes!”.

O embate também ganhou contornos políticos. Musk, que tem se alinhado cada vez mais com pautas conservadoras, acusou a “esquerda woke” de impor ideologias que ignoram a ciência em favor de “políticas de identidade”. Ele chegou a citar o caso da boxeadora argelina Imane Khelif, erroneamente chamada de transgênero durante as Olimpíadas de Paris, para reforçar seu argumento. A confusão com Khelif, que é cisgênero mas foi alvo de ataques transfóbicos, expôs a desinformação que muitas vezes permeia esses debates. Em 2024, Musk já havia sido criticado por compartilhar posts com informações falsas sobre Khelif, o que levou a uma denúncia por cyberbullying na França.

No Brasil, a discussão também ecoa. A jogadora de vôlei Tifanny Abreu, primeira mulher trans a competir na Superliga feminina, enfrentou polêmicas semelhantes. Embora apoiada por muitos, sua participação gerou questionamentos de adversárias como Tandara, que levantaram dúvidas sobre a equidade na competição. Projetos de lei no Brasil, como os 16 apresentados entre 2019 e 2022 segundo a Agência Diadorim, buscam proibir atletas trans em categorias femininas, refletindo o mesmo embate visto no caso de Spencer.

A polêmica envolvendo Musk e Spencer está longe de um desfecho. Enquanto o bilionário promete continuar sua cruzada contra o que chama de “ideologia woke”, ativistas e atletas transgênero defendem o direito à inclusão, apoiados por evidências científicas e diretrizes do COI. O debate expõe não apenas questões esportivas, mas também tensões culturais e políticas sobre gênero, ciência e justiça. Uma coisa é certa: com Musk no centro da controvérsia, a discussão permanecerá acalorada, dividindo opiniões e desafiando o futuro do esporte mundial.

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