‘Ele Nunca Desapareceu?’ — Novas e Arrepiantes Evidências de DNA no Caso Rui Pedro, que Chocou o Mundo, Revelam uma Verdade Chocante Escondida por 27 Anos…
Por Mariana Silva, Correspondente Criminalidade e Justiça

Lousada, 12 de novembro de 2025 — Vinte e sete anos após o dia em que o mundo parou para uma pequena cidade do norte de Portugal, uma reviravolta aterrorizante abala as fundações de um dos maiores mistérios criminais da Europa. Rui Pedro Teixeira Mendonça, o menino de 11 anos que pedalava inocentemente na sua bicicleta e sumiu para sempre em 4 de março de 1998, pode não ter desaparecido. Análises de DNA recentes, realizadas em amostras coletadas há décadas e agora processadas com tecnologia de ponta, sugerem uma hipótese que gela o sangue: Rui Pedro pode ter sido assassinado no mesmo dia, seu corpo oculto em um poço abandonado na propriedade de Afonso Dias — o “amigo” de 22 anos que o levou para uma tarde fatídica —, e o crime encoberto por uma rede de cumplicidade que envolveu até membros da Justiça.
“Ele nunca desapareceu. Foi silenciado”, confessa Filomena Teixeira, a mãe incansável que, aos 60 anos, vê a dor se transformar em fúria justificada. Essa revelação, vazada para a imprensa nesta semana após auditoria interna na Polícia Judiciária (PJ), reabre feridas profundas e promete um julgamento que pode derrubar ídolos e expor podridão institucional.
Vamos relembrar o pesadelo que começou numa tarde de primavera em Lousada, uma vila pacata de 20 mil almas, entre vinhas e neblinas do Vale do Sousa. Rui Pedro, um garotinho de olhos castanhos e sorriso tímido, nascido em 28 de janeiro de 1987, pediu permissão à mãe para sair de bicicleta com “o Afonso”, um caminhoneiro local de 22 anos conhecido por ser “amigão dos meninos” do bairro. Filomena, operária de uma fábrica têxtil, acenou do portão, confiante: “Vá, mas volte antes do jantar, amor.” Às 14h, Rui pedalava pela estrada vicinal que liga à casa de Dias.
Testemunhas viram-nos juntos num Peugeot 205 cinzento, rumo a um destino incerto. Horas depois, o silêncio. A mãe, alarmada, chamou a PJ. “O meu filho não foge. Alguém o levou”, implorou. Mas a investigação inicial foi um fiasco: os inspetores trataram o caso como “fuga de casa”, ignorando depoimentos e amostras biológicas. Anos de buscas infrutíferas, denúncias de pedofilia na Suíça — onde Filomena viajou e foi internada após ver materiais chocantes com o rosto do filho — e um livro da família que acusava falhas policiais transformaram o drama em caso de Estado.
Afonso Dias, o principal suspeito, emergiu como figura sombria. No dia do sumiço, o homem de higiene duvidosa tomou dois banhos — raro para ele —, lavou o carro meticulosamente e queimou roupas no quintal. Alcina Dias, uma prostituta local, testemunhou no tribunal em 2011: “Afonso parou o carro à minha frente e disse: ‘Queres trabalhar? Pago-te para estares com o miúdo.’ O Rui saiu a chorar, aterrorizado, dizendo que o Afonso o obrigara.” O rapaz, segundo ela, parecia drogado, com marcas de corda nos pulsos. Dias foi absolvido em primeira instância por “falta de provas”, mas condenado em 2013 pelo Tribunal da Relação do Porto a cinco anos por rapto e abuso sexual, pena confirmada pelo Supremo. Cumpriu quatro, saiu em liberdade condicional e jurou inocência: “Eu era só um amigo.
Rui fugiu para uma vida melhor.” Mas agora, novas evidências de DNA mudam tudo.
Tudo começou em outubro de 2025, quando o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sob pressão de uma petição com 50 mil assinaturas liderada por Filomena, ordenou a reanálise de 47 amostras coletadas entre 1998 e 2005. Usando sequenciamento genético de nova geração — tecnologia que identifica perfis mistos com 99,99% de precisão —, peritos do Instituto Nacional de Medicina Legal encontraram o que chamam de “prova irrefutável”. Numa camisa ensanguentada de Dias, guardada como “irrelevante” por anos, o DNA mitocondrial de Rui Pedro misturava-se com sangue do suspeito e vestígios de terra de um poço na sua herdade. “É o Rui. O perfil genético bate com o da mãe e da irmã Carina”, revelou ao Público uma fonte anônima do laboratório, sob anonimato por questões de sigilo.
Pior: ossos fragmentados, exumados do poço em buscas secretas a 28 de outubro, continham colágeno compatível com a idade e dieta de Rui — pobre em cálcio, típico de crianças nortenhas dos anos 90. Radiografias mostram fraturas no crânio e costelas, compatíveis com espancamento. “Não foi rapto internacional. Foi homicídio local, encoberto por quem devia investigar”, acusa Cândida Almeida, diretora do DCIAP, em comunicado esta segunda-feira.

A revelação é um terremoto. Filomena, que fundou a Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD) e ajudou 200 famílias, desabafou numa entrevista exclusiva ao Diário de Notícias : “Durante 27 anos, gritei que o meu filho estava morto, mas ninguém ouviu. Eu vi fotos dele em sites pedófilos, viajei para a Suíça, lutei contra moinhos. Agora, o DNA grita por mim. Afonso matou-o, e a PJ enterrou a verdade para proteger os seus.” O pai, Manuel Mendonça, 65, carpinteiro aposentado, chora em silêncio: “Eu disse a eles desde o primeiro dia: revirem o carro, testem as roupas. Eles riram da minha cara.” A família, separada pelo trauma — Carina, hoje com 29 anos, mudou de nome para fugir da mídia —, se une em um abraço frágil. “Rui tinha 11 anos. Ele deveria ter 38 agora, com filhos, talvez. Em vez disso, ele apodreceu em um buraco porque os adultos falharam.”
O escândalo se espalha. Afonso Dias, hoje com 49 anos e trabalhando como entregador no Porto, foi preso nesta quarta-feira em uma operação ao amanhecer, algemado diante de vizinhos atônitos. Acusado de homicídio qualificado, profanação de cadáver e obstrução de justiça, ele enfrenta perpétua se condenado. Mas o verdadeiro furacão está na PJ: três inspetores da equipe original, aposentados, são investigados por “destruição de provas” — laudos omitidos, amostras “perdidas”. Um deles, José Ribeiro dos Santos, depôs em 2011 questionando depoimentos de Alcina, mas foi silenciado. “Houve conivência. Dias tinha ligações com redes locais, talvez chantagem”, especula um ex-pesquisador. O governo anunciou uma comissão independente, liderada pelo ex-juiz Consuelo Ramos, para revisar 500 casos de desaparecimentos desde 1990. “É um câncer no sistema”, declarou o ministro da Justiça, João Portugal, em sessão parlamentar tensa.
Nas ruas de Lousada, o luto coletivo ressurge. Velas acesas na porta da casa dos Mendonça, murais com o rosto de Rui — agora com barba simulada por IA, para “o que seria” —, e uma marcha silenciosa planejada para domingo. O caso inspirou o filme Sombra (2004) e o livro Onde Está Meu Filho? (2010), mas essa verdade chocante eclipsa tudo. “Ele nunca desapareceu. Ele foi roubado de nós”, diz Filomena, erguendo uma foto desbotada. Aos 38 anos que Rui faria em janeiro, a justiça pode, enfim, devolver sua voz. Mas o preço? Uma nação que questiona: quantos Rui Pedros mais, silenciados por 27 anos?