Três décadas após o desaparecimento de Rui Pedro Teixeira Mendonça, o caso que marcou Portugal voltou a ocupar as manchetes nacionais. Novas revelações em tribunal colocaram novamente Afonso Dias sob o olhar público e reacenderam a esperança de justiça.

As autoridades reabriram partes do inquérito após a divulgação de documentos e testemunhos inéditos que contestam versões anteriores. O advogado da família afirmou que “há provas que nunca foram devidamente consideradas” e exige uma revisão completa do processo.

Filomena Teixeira, mãe de Rui Pedro, falou com emoção à saída do tribunal. “Esperei 28 anos por isto. Quero apenas a verdade. O Afonso sabe o que aconteceu ao meu filho e deve responder perante a justiça”, declarou, visivelmente abalada.

Os novos depoimentos incluem informações fornecidas por antigas testemunhas que alegam ter visto Afonso Dias com Rui Pedro no dia do desaparecimento, em 4 de março de 1998. Esses relatos contradizem a defesa e reacendem as dúvidas sobre o que realmente aconteceu naquele dia.
A comunidade de Lousada, local onde o menino desapareceu, vive novamente momentos de tensão e expectativa. Muitos habitantes recordam o impacto que o caso teve no país, descrevendo-o como “uma ferida que nunca cicatrizou”.
Afonso Dias, já condenado em 2012 por rapto agravado sem resultado de morte, sempre manteve a sua inocência. No entanto, novas provas forenses e digitais podem alterar completamente o rumo do caso. Fontes ligadas à investigação garantem que “há elementos nunca antes analisados”.
O Ministério Público confirmou que está a avaliar o pedido de reabertura formal do processo, baseando-se nos novos elementos apresentados. Especialistas jurídicos consideram que, embora complexo, o caso pode finalmente avançar para uma nova fase judicial.
As redes sociais portuguesas foram inundadas por mensagens de apoio a Filomena Teixeira. Muitos utilizadores elogiaram a força da mãe, que nunca desistiu de procurar o filho e de exigir que a verdade venha à tona.
“Durante todos estes anos, vivi com a dor e a incerteza. Mas agora sinto que a justiça está finalmente a olhar para nós”, afirmou Filomena, emocionada, em entrevista à RTP. A sua luta tornou-se símbolo de persistência e coragem em Portugal.
Organizações de apoio a famílias de desaparecidos também se manifestaram, pedindo mudanças legais que permitam uma reavaliação mais célere de casos antigos. Segundo elas, a falta de recursos e a morosidade da justiça atrasaram durante anos a busca pela verdade.
Entre os novos pormenores revelados está a possível ligação entre Afonso Dias e uma rede de exploração infantil investigada nos anos 2000. As autoridades ainda não confirmaram oficialmente essa conexão, mas os indícios despertaram preocupação pública.
A imprensa internacional também voltou a referir o caso Rui Pedro, destacando-o como um dos desaparecimentos mais emblemáticos da Europa. Jornais espanhóis e britânicos relembraram a dimensão mediática que o caso teve à época e a mobilização nacional que provocou.
Enquanto a investigação prossegue, a família mantém viva a esperança de obter respostas concretas. Filomena continua a visitar regularmente o local onde Rui Pedro foi visto pela última vez, depositando flores e mensagens de amor e saudade.
“Não quero vingança, quero justiça. Quero que o nome do meu filho seja lembrado pela verdade”, declarou a mãe, reforçando que só descansará quando todos os responsáveis forem responsabilizados perante a lei.
Juristas e criminologistas apontam que este caso poderá tornar-se um marco na jurisprudência portuguesa sobre desaparecimentos de menores. O desfecho poderá influenciar futuras investigações e fortalecer a legislação de proteção infantil.
Para a comunidade portuguesa, o nome Rui Pedro simboliza uma luta contra o esquecimento e a impunidade. E com as novas revelações em tribunal, Portugal volta a perguntar: quem realmente sabe o que aconteceu naquele dia trágico?
A história ainda não terminou — mas uma coisa é certa: Filomena Teixeira não desistirá até que o último segredo sobre o desaparecimento do seu filho seja finalmente revelado. Justiça, verdade e memória continuam a ser as suas únicas armas depois de 28 anos de dor.