O Grande Prêmio do Bahrein de 2025, quarta etapa da temporada de Fórmula 1, terminou com uma bomba nos bastidores: a Red Bull Racing, outrora dominante, mergulhou em um cenário de crise após uma performance desastrosa em Sakhir. Max Verstappen, tetracampeão mundial, cruzou a linha de chegada em um frustrante sexto lugar, enquanto Yuki Tsunoda, seu companheiro de equipe, terminou em nono. O resultado, aliado a falhas operacionais e tensões internas, desencadeou uma discussão acalorada entre figuras-chave da equipe e uma reunião de emergência que agitou o paddock. O que está por trás desse caos? Vamos mergulhar nessa trama que promete abalar a temporada de 2025.

A Red Bull chegou ao Bahrein com a promessa de recuperar o terreno perdido para a McLaren, que lidera o campeonato de construtores com autoridade. Após uma pré-temporada marcada por problemas de confiabilidade e um início de ano abaixo das expectativas, a expectativa era que o RB21, carro projetado para desafiar os rivais, mostrasse sinais de evolução. No entanto, o fim de semana em Sakhir foi um pesadelo. Verstappen, que largou em sétimo, enfrentou dificuldades com o equilíbrio do carro e pneus duros que não rendiam. Para piorar, dois pit-stops lentos, causados por falhas no sistema elétrico dos boxes, custaram posições cruciais. Tsunoda, por sua vez, não conseguiu se destacar, ficando preso no pelotão intermediário. O consultor Helmut Marko não escondeu a gravidade da situação: “É muito alarmante. O carro não é competitivo, e os pit-stops foram inaceitáveis.”
A tensão explodiu após a corrida. Imagens captadas pela Sky Sports mostraram uma discussão acalorada entre Marko e Raymond Vermeulen, empresário de Verstappen, nas garagens da equipe. Embora os detalhes do embate não tenham sido revelados, a troca de palavras reflete o clima de frustração que tomou conta da Red Bull. Ainda no circuito, Christian Horner, chefe da equipe, convocou uma reunião de emergência com Marko, o diretor técnico Pierre Waché e o engenheiro-chefe Paul Monaghan. O objetivo? Dissecar os problemas do RB21 e traçar um plano para evitar um colapso na temporada. “Temos que reagir rápido. Não podemos aceitar esse nível de desempenho”, declarou Horner, visivelmente preocupado.
Os problemas da Red Bull vão além do desempenho em pista. Desde a saída de Adrian Newey, gênio aerodinâmico que se juntou à Aston Martin, a equipe enfrenta dificuldades para manter sua vantagem técnica. O RB21 sofre com falta de aderência e equilíbrio, especialmente em condições quentes como as do Bahrein, onde a pista abrasiva expôs suas fraquezas. Waché admitiu que os testes de pré-temporada já haviam apontado falhas, mas os problemas persistem. “Encontramos questões nos freios e no fluxo aerodinâmico, mas resolvê-las durante a temporada é um desafio”, explicou. A pressão sobre Tsunoda, promovido ao time principal após a controversa demissão de Liam Lawson, também cresce, com críticos questionando se ele pode entregar resultados consistentes ao lado de Verstappen.
Enquanto isso, Verstappen deu sinais de impaciência. Após a corrida, o holandês recusou-se a participar do debriefing com os engenheiros, algo incomum para um piloto conhecido por sua dedicação. Questionado por jornalistas, ele foi direto: “No momento, não quero falar com a equipe. Tudo deu errado hoje.” Sua frustração é compreensível: com a McLaren dominando – Oscar Piastri venceu no Bahrein, seguido por George Russell e Lando Norris –, o sonho de defender o título mundial parece cada vez mais distante. Posts no X sugerem que Verstappen estaria considerando seu futuro, embora tais rumores careçam de confirmação.
O impacto dessa crise vai além da Red Bull. A McLaren, com um carro equilibrado e atualizações previstas para Jeddah, consolida sua liderança. Ferrari, que trouxe um novo assoalho ao Bahrein, e Mercedes, impulsionada por Russell e Kimi Antonelli, também estão na briga. Para a Red Bull, o GP da Arábia Saudita, de 18 a 20 de abril, será decisivo. Novas peças estão a caminho, mas a equipe precisa resolver suas falhas operacionais e recuperar a confiança de Verstappen. Caso contrário, o risco de perder seu maior ativo – o piloto que transformou a equipe em potência – aumenta.
Essa saga expõe a fragilidade de uma equipe acostumada a vencer. A Red Bull, que em 2022 e 2023 reinou absoluta, agora enfrenta um teste de resiliência. Horner prometeu “virar o jogo”, mas o relógio está correndo. Será que a equipe taurina conseguirá se reinventar, ou estamos testemunhando o início de um declínio? Uma coisa é certa: a temporada de 2025, com suas rivalidades intensas e reviravoltas, está apenas começando. Os fãs, grudados nas telas, aguardam ansiosamente o próximo capítulo.