O mundo da Fórmula 1 foi abalado por uma notícia inesperada vinda de Maranello: Charles Leclerc, o talentoso piloto monegasco da Ferrari, teria exigido um salário superior ao de seu novo companheiro de equipe, Lewis Hamilton, para renovar seu contrato com a escuderia italiana. A revelação, reportada pelo jornal italiano Corriere della Sera, causou surpresa, especialmente por envolver Hamilton, heptacampeão mundial e um dos pilotos mais bem pagos da história da categoria. No entanto, o que realmente chocou o paddock foi a resposta do chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur, que, segundo fontes, reagiu de maneira inesperadamente conciliadora, reforçando sua confiança em Leclerc como peça central do futuro da equipe.

Leclerc, que está com a Ferrari desde 2019, assinou uma extensão de contrato em janeiro de 2024, garantindo sua permanência até pelo menos 2026, com possibilidade de extensão até 2029. De acordo com a imprensa italiana, o novo acordo prevê um salário base de cerca de 35 milhões de euros (aproximadamente R$ 187 milhões) em 2025, com bônus que podem elevar seus ganhos totais para cerca de 46 milhões de euros (R$ 245 milhões). A partir de 2028, caso Leclerc permaneça na equipe, seu salário base pode chegar a 50 milhões de euros (R$ 267 milhões) por temporada. Essas cifras já o colocam entre os pilotos mais bem pagos da Fórmula 1, mas a exigência de superar o salário de Hamilton, estimado em 100 milhões de dólares (R$ 550 milhões) por ano, incluindo salário, bônus e direitos de imagem, é um movimento ousado.

Hamilton, que se juntou à Ferrari em 2025 após 12 anos com a Mercedes, trouxe consigo não apenas sua experiência e sete títulos mundiais, mas também um pacote financeiro robusto, apoiado por patrocinadores e um fundo de investimento de 250 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão) da Exor, holding da Ferrari, para projetos fora das pistas. Sua chegada foi vista como um marco para a escuderia, que busca recuperar o título de construtores, perdido desde 2008. No entanto, a demanda de Leclerc por um salário maior reflete sua confiança em ser o líder da equipe, especialmente após anos carregando as esperanças da Ferrari em um período de desempenho instável.
A reação de Vasseur, segundo relatos, foi surpreendentemente calma e estratégica. Em vez de rejeitar a exigência de Leclerc, o chefe da Ferrari teria reconhecido o valor do monegasco, destacando sua lealdade e potencial para liderar a equipe rumo a um título mundial. “Charles é o coração da Ferrari. Ele cresceu conosco e entende o que significa correr pelo Cavallino Rampante”, teria dito Vasseur, conforme citado por fontes próximas ao Gazzetta dello Sport. O chefe da equipe, que já trabalhou com Hamilton na GP2 em 2006, também teria garantido que a dinâmica entre os dois pilotos será gerenciada com equilíbrio, evitando favoritismos, mesmo com a chegada de um nome tão influente quanto Hamilton. Essa abordagem foi vista como um sinal de maturidade de Vasseur, que busca manter a harmonia em uma dupla que promete ser uma das mais competitivas da história da Fórmula 1.
A exigência de Leclerc, no entanto, gerou debates. Alguns analistas, citando postagens no X, questionam se a Ferrari deveria priorizar um piloto jovem, mas ainda sem título mundial, em detrimento de Hamilton, cuja experiência e apelo comercial são incomparáveis. Outros veem a demanda como um sinal da confiança de Leclerc em seu próprio valor, especialmente após vitórias marcantes, como no GP dos Estados Unidos de 2024 e no GP de Mônaco de 2025. A cláusula de saída em seu contrato, que permite deixar a Ferrari após 2026 se a equipe não entregar um carro competitivo, reforça sua posição de força nas negociações.
Enquanto isso, a temporada de 2025 tem sido desafiadora para a Ferrari, que ocupa o segundo lugar no Mundial de Construtores, mas está 197 pontos atrás da McLaren. Incidentes como a desclassificação dupla no GP da China e tensões entre Leclerc e Hamilton no GP de Miami, onde disputas por posições geraram atritos, mostram que a gestão da dupla será um teste para Vasseur. Ainda assim, a confiança do chefe na parceria entre Leclerc e Hamilton, aliada à sua resposta diplomática à exigência salarial de Leclerc, sugere que a Ferrari está disposta a apostar alto em ambos os pilotos para encerrar sua seca de títulos. Com o novo regulamento de 2026 se aproximando, o mundo da Fórmula 1 observa atentamente como essa dinâmica se desdobrará em Maranello.