Portugal voltou a parar com uma notícia que ninguém esperava ouvir novamente: um jovem identificado como “Rui” foi encontrado numa zona rural de Lousada, local fortemente ligado ao desaparecimento de Rui Pedro Teixeira Mendonça, em 1998.

De acordo com fontes da Polícia Judiciária, o rapaz foi descoberto por unidades caninas durante uma operação de rotina. Ao ser abordado, falava português misturado com inglês, mostrando confusão e sinais de desorientação. O detalhe chocou os investigadores e reacendeu velhas memórias.

Os agentes levaram-no de imediato para o Hospital de Santo António, no Porto, onde foi submetido a exames médicos e a um teste de ADN comparativo com amostras da família Teixeira, mantidas desde as primeiras investigações há quase três décadas.

Horas depois, o laboratório confirmou uma “compatibilidade genética altamente provável” com a mãe biológica, Filomena Teixeira, que desabou em lágrimas ao receber a notícia. “O coração bateu-me como há 27 anos. Eu sabia que ele ainda estava vivo”, disse entre soluços.
O desaparecimento de Rui Pedro, em 4 de março de 1998, foi um dos casos mais mediáticos de Portugal. O menino tinha 11 anos quando desapareceu misteriosamente após ter saído para andar de bicicleta perto de casa, em Lousada, distrito do Porto.
Durante anos, surgiram inúmeras pistas e teorias. A principal investigação apontou para Afonso Dias, o último homem a ser visto com Rui Pedro, mas nenhuma prova concreta ligou-o diretamente ao crime. O silêncio prolongado transformou o caso num símbolo nacional de angústia e esperança.
Agora, quase 30 anos depois, a notícia do reaparecimento de um jovem chamado Rui está a abalar profundamente o país. Fontes policiais confirmam que ele “apresenta semelhanças físicas notáveis” com as fotos de Rui Pedro quando criança, incluindo uma pequena cicatriz na sobrancelha direita.
O comportamento linguístico do jovem levantou ainda mais curiosidade. Misturava expressões portuguesas com frases em inglês britânico, o que leva os investigadores a acreditar que possa ter vivido no estrangeiro durante muitos anos, talvez em ambiente controlado ou institucional.
As unidades caninas que participaram na operação regressaram à área onde o jovem foi localizado e isolaram um pequeno terreno baldio, onde foram encontrados fragmentos de tecido e um antigo brinquedo corroído pelo tempo. Tudo está agora sob análise forense.
A comunicação social instalou-se em Lousada desde o amanhecer, e dezenas de repórteres esperam qualquer atualização oficial. A Polícia Judiciária, porém, mantém-se cautelosa, evitando declarações precipitadas até que os relatórios completos de ADN sejam validados por laboratórios independentes.
Enquanto isso, Filomena Teixeira vive entre a esperança e o medo. “Não quero criar ilusões. Mas quando o vi, o meu coração reconheceu-o. É o olhar dele, é o mesmo olhar do meu filho”, declarou num breve testemunho à RTP.
O pai, Manuel Mendonça, manteve silêncio, mas familiares próximos garantem que ele está emocionalmente devastado. “Ele sempre acreditou que o Rui ainda estava algures. Agora que há uma possibilidade real, não consegue conter as lágrimas”, contou um primo da família.
Especialistas em psicologia criminal alertam que o reaparecimento, se confirmado, poderá trazer traumas profundos. Um desaparecimento prolongado, especialmente desde a infância, implica amnésia parcial, dissociação e medo de contacto social.
Nas redes sociais, a notícia espalhou-se como fogo. O nome “Rui Pedro” tornou-se tendência em Portugal e no Brasil, com milhares de mensagens de solidariedade à família e de incredulidade perante a possível resolução de um mistério que parecia insolúvel.
Alguns utilizadores lembram o impacto cultural do caso, que inspirou documentários, reportagens e até movimentos de busca internacionais. “Se for mesmo ele, é um milagre. Mas também é um lembrete doloroso do tempo que perdemos”, escreveu uma utilizadora no Instagram.
As autoridades confirmam que o jovem será acompanhado por psicólogos e linguistas para avaliar o impacto do isolamento prolongado e a mistura linguística. A hipótese de tráfico internacional de menores está a ser considerada, mas ainda sem provas diretas.
Enquanto os laboratórios trabalham nas últimas confirmações genéticas, Portugal vive um turbilhão de emoções. As televisões preparam programas especiais e o Parlamento deverá prestar homenagem às famílias que nunca deixaram de procurar os seus filhos desaparecidos.
Se os resultados finais confirmarem que o jovem é realmente Rui Pedro, este será um dos momentos mais comoventes da história recente do país, encerrando uma das maiores feridas da justiça portuguesa.
Mas até lá, a incerteza continua. Filomena passa as noites em claro, à espera de poder finalmente dizer: “Filho, estás em casa.” Palavras simples, mas esperadas há quase três décadas por uma mãe que nunca desistiu.