A bela heroína de 20 anos que se alimentou de insetos e cascas de árvores para sobreviver à Gestapo: Josette Molland – A falsificadora de documentos que salvou milhares de judeus e foi horrivelmente torturada pelo “Açougueiro de Lyon”, mas nunca se rendeu.

Aviso de conteúdo : Este artigo aborda eventos históricos envolvendo tortura, campos de concentração e o Holocausto, que podem ser perturbadores. Seu objetivo é educar sobre a coragem dos combatentes da Resistência e o custo humano da guerra, incentivando a reflexão sobre os direitos humanos e a luta contra a opressão.

Josette Molland (1923–2024), estudante de arte francesa e heroína da Resistência, usou suas habilidades para falsificar documentos, salvando refugiados judeus e aviadores aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Capturada e torturada por Klaus Barbie, o “Açougueiro de Lyon”, chefe da Gestapo, ela sobreviveu aos campos de Ravensbrück e Holleischen alimentando-se de insetos e cascas de árvores.

Aos 100 anos, faleceu em 17 de fevereiro de 2024, recebendo todas as honras militares. Sua autobiografia, Soif de Vivre (Sede de Viver), narra sua resiliência. Esta análise, baseada em fontes confiáveis ​​como suas memórias e o Museu da Resistência Francesa, explora a vida, o heroísmo, a sobrevivência e o legado de Molland, fomentando discussões sobre resiliência e os perigos da tirania.

 

 

Início da vida e ingresso na resistência

Nascida em 1º de setembro de 1923, em Lyon, França, Josette Molland cresceu em uma família de classe média em meio à ascensão do fascismo. Em 1943, aos 20 anos, estudou arte, criando padrões de seda para tecelões. Sua precisão e mão firme a tornaram ideal para a falsificação.

 

Na França ocupada, sob a colaboração do regime de Vichy, judeus foram detidos para deportação e pilotos aliados abatidos foram caçados. Molland juntou-se à rede holandesa-parisiense, uma das rotas de fuga mais bem-sucedidas, contrabandeando mais de mil judeus e militares da Holanda para a Espanha e a Suíça, passando pela França.

Especializada em carimbos de borracha que imitavam os selos nazistas e de Vichy, ela falsificava documentos de identidade, permissões e cartões de racionamento. Cada documento representava um risco para sua vida — se descobertos, os portadores enfrentavam prisão, tortura ou morte; os falsificadores compartilhavam o mesmo destino. O trabalho de Molland salvou inúmeras vidas, personificando uma silenciosa resistência.

 

Captura e Tortura por Klaus Barbie

Em 18 de março de 1944, a Gestapo invadiu sua fábrica durante a Fabrikaktion, uma operação de prisão em massa de trabalhadores judeus. Molland e sua mãe se esconderam em um abrigo, escapando por uma porta dos fundos. Seus cabelos loiros e aparência ariana facilitaram a fuga, explorando estereótipos nazistas.

Traída, ela foi presa e levada para o Hôtel Terminus, quartel-general de Klaus Barbie. Barbie, oficial da SS notório por torturar membros da Resistência, buscava informações sobre a rede. Sob seu comando, as vítimas sofreram espancamentos, eletrocussão e afogamento. Aos 20 anos, Molland se recusou a ceder, protegendo seus contatos apesar da agonia.

Semanas de interrogatório não conseguiram extrair nomes, esconderijos ou rotas. Seu silêncio salvou a rede, custando-lhe a liberdade.

Sobrevivência em Ravensbrück e Holleischen

Deportada para Ravensbrück, o principal campo de concentração de mulheres nazistas, Molland juntou-se a 132.000 prisioneiras, 92.000 das quais pereceram em execuções, experimentos, fome e doenças. Como prisioneira política, ela enfrentou trabalhos forçados e abusos.

 

Transferida para o subcampo de Holleischen, em Flossenbürg, na Tchecoslováquia, ela trabalhava mais de 12 horas por dia em uma fábrica de munição, produzindo armas nazistas. As rações — sopa rala e cascas de pão — a faziam pesar até 27 quilos por fome. Espancamentos por trabalho lento mataram muitas pessoas; Molland sobrevivia com insetos, cascas de árvore e restos de comida recolhidos.

Ela organizou a solidariedade entre os prisioneiros, tentou rebeliões e fugiu diversas vezes, arriscando a execução. Seu peso caiu para menos de 30 kg, o corpo devastado pela fome e pelas doenças. “O que vivi nos campos, não consigo nem descrever. Inimaginável”, escreveu ela mais tarde. “Se você não viveu isso, não consegue entender. Todos os dias pensávamos que seria o último.”

Libertação e uma Vida de Testemunho

As forças americanas libertaram Holleischen em 5 de maio de 1945. Aos 21 anos, Molland, esquelética e à beira da morte, sobreviveu. Muitos morreram após a libertação devido à síndrome de realimentação. Ao reencontrar sua mãe em Lyon, ela se recuperou lentamente.

 

Ao casar-se e adotar o nome Josette Molland-Ilinsky, ela criou uma família e retomou sua vida normal. Como muitas sobreviventes, inicialmente silenciou seu trauma, mas, à medida que a negação aumentava, ela testemunhou por décadas em escolas, museus e eventos, alcançando milhares de estudantes.

Uma das 40 pessoas ainda vivas agraciadas com a medalha da Resistência Francesa (de um total de 65.000), ela publicou “Soif de Vivre ” em 2016, aos 92 anos. “Sede de Vida” capturou seu espírito indomável.

A odisseia de Josette Molland — de falsificadora de 20 anos salvando vidas a vítima de tortura da Barbie, sobrevivente de campo e testemunha centenária — personifica a resiliência. Seus selos e silêncio preservaram a rede holandesa-parisiense; seu testemunho garantiu a lembrança. Aos 100 anos, seu funeral com honras militares cantou “La Marseillaise” e “Chant des Partisans”. Para os entusiastas da história, o legado de Molland homenageia os heróis da Resistência, alerta para os horrores da discriminação e inspira a defesa dos direitos humanos. Fontes verificadas, como suas memórias, preservam a verdade, incitando um mundo onde essa sede pela vida triunfe sobre a tirania.

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