Aviso de conteúdo: Este texto aborda a colaboração em tempos de guerra e a justiça no pós-guerra durante a Segunda Guerra Mundial (conteúdo histórico sensível).

Bruxelas → Charleroi → Justiça Feita: O Caso de Louis Collard e a Tragédia de Courcelles
Durante a ocupação alemã da Bélgica (1940-1944), uma pequena minoria de belgas optou por colaborar com as forças de ocupação. Um dos movimentos colaboracionistas mais ativos foi o Partido Rexista.
Louis Collard (1909–1947) foi uma figura de destaque no movimento rexista após a partida de seu fundador, Léon Degrelle, para a Frente Oriental. A partir de escritórios em Bruxelas e Charleroi, Collard desempenhou um papel central em:
- Distribuir propaganda pró-ocupação
- Auxiliando os serviços de segurança alemães
- Comandavam unidades paramilitares que realizavam prisões e ações violentas contra membros da Resistência e civis.
Seu nome está especialmente ligado a um dos eventos mais trágicos da ocupação na Bélgica.
Nos dias 17 e 18 de agosto de 1944, após o assassinato de um oficial colaboracionista pela Resistência Belga, Louis Collard e outro líder rexista ordenaram represálias na cidade de Courcelles. Vinte e sete civis inocentes foram escolhidos arbitrariamente, presos e executados. Esse crime é lembrado hoje como o Massacre de Courcelles — um dos episódios mais sombrios do período de ocupação.
Quando a Bélgica foi libertada em setembro de 1944, Collard tentou fugir, mas foi preso em 1946 e devolvido à Bélgica. Após dois grandes julgamentos em 1946-1947, que ouviram depoimentos de sobreviventes e analisaram extensa documentação, ele foi condenado por alta traição, colaboração com o inimigo e responsabilidade direta por múltiplas mortes, incluindo o Massacre de Courcelles.
Em 10 de novembro de 1947, Louis Collard foi executado por um pelotão de fuzilamento em Schaerbeek, Bruxelas. Ele tinha 38 anos.

Um memorial em Courcelles e uma placa no antigo campo de tiro nacional ainda testemunham esses eventos até hoje.
Recordar o Massacre de Courcelles e os julgamentos que se seguiram não significa celebrar a punição, mas sim honrar as vítimas, compreender como a ideologia extremista pode levar a crimes terríveis e reconhecer a importância da responsabilização e do Estado de Direito após a libertação.
Finalidade: Educação e preservação da memória histórica.
Fontes:
- Arquivos do Estado Belga (dossiês dos julgamentos de Collard)
- CEGESOMA – Centro de Pesquisa Histórica e Documentação sobre Guerra e Sociedade Contemporânea
- Memorial de Courcelles e museu local
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