Depois de mais de vinte e cinco anos de mistério,a Polícia Judiciária portuguesa divulgou os resultados de novos testes de ADNrealizados em objetos encontrados na antiga casa de Afonso Dias, o principal suspeito do desaparecimento de Rui Pedro Teixeira Mendonça.

As autoridades descreveram os resultados como“um ponto de viragem potencial”que pode reabrir completamente o caso e dar nova esperança à mãe de Rui Pedro,Filomena Teixeira, que há décadas luta incansavelmente por respostas.

Os testes de ADN foram conduzidos por peritos forenses em Coimbra e confirmarama presença de vestígios biológicos compatíveis com membros da família Teixeira. Essa descoberta está a gerar grande agitação entre os investigadores e a população portuguesa.

De acordo com fontes internas da PJ,as amostras foram retiradas de uma peça de vestuário antiga, descoberta recentemente durante uma inspeção suplementar à propriedade de Afonso Dias, situada nos arredores de Lousada, no norte de Portugal.
A peça foi preservada em condições quase intactas, o que permitiu aos cientistas realizaruma análise genética de alta precisão, utilizando tecnologia moderna inexistente na época da investigação original, em 1998.
“Os resultados que obtivemos levantam questões extremamente sérias”, declarou um porta-voz da PJ. “Estamos perante algo que pode redefinir o rumo da investigação e finalmente aproximar-nos da verdade sobre Rui Pedro.”
A descoberta foi recebida com emoção e cautela pela mãe do menino desaparecido,Filomena Teixeira, que reagiu com lágrimas e esperança contida. “Talvez agora, depois de tantos anos, o meu filho possa finalmente descansar”, disse.
Filomena, símbolo da resistência e da luta por justiça em Portugal, afirmou quecontinuará a exigir transparência total. “Durante todos estes anos, pediram-me paciência. Agora, peço-lhes a verdade”, desabafou à imprensa local.
Fontes próximas da família indicam queos investigadores planeiam realizar novos cruzamentos genéticoscom familiares diretos para confirmar a autenticidade dos vestígios encontrados e determinar se pertencem, de facto, a Rui Pedro.
A notícia abalou profundamente o país. Em Lousada, centenas de pessoas reuniram-se em frente à casa da família Teixeira, acendendo velas e deixando flores com mensagens de apoio e solidariedade.
Os habitantes locais descrevem este momento como“uma ferida antiga que volta a sangrar, mas com esperança renovada”. O caso Rui Pedro continua a ser uma das maiores dores coletivas de Portugal.
Afonso Dias, condenado em 2012 por rapto simples, voltou a estar sob os holofotes. O advogado de defesa confirmou queo seu cliente nega qualquer envolvimento diretoe está disposto a cooperar com as novas análises, insistindo na sua inocência.
Contudo, os investigadores suspeitam quea residência de Dias possa ter sido usada como ponto de passagemnos primeiros dias após o desaparecimento. As provas recolhidas parecem sustentar essa hipótese.
Além das amostras genéticas,foram recuperadas anotações e objetos pessoaispertencentes ao suspeito que indicam uma possível ligação a redes de tráfico infantil que operavam nos anos 90 em território ibérico.
Os peritos acreditam que essa pista podeligar o caso Rui Pedro a investigações internacionais anteriores, incluindo cooperações entre Portugal, Espanha e Interpol. A dimensão do caso parece maior do que se imaginava.
Um dos investigadores envolvidos revelou sob anonimato que“existem mais elementos ainda não divulgados ao público”, incluindo fotografias e registos de viagens que podem ser cruciais para esclarecer o que aconteceu há mais de duas décadas.
O Ministério Público anunciou queirá reavaliar todos os processos arquivados relacionados com o caso, o que significa que o nome de Afonso Dias poderá voltar a ser formalmente investigado, dependendo dos resultados finais do ADN.
Enquanto a investigação avança, Filomena Teixeira tenta equilibrar fé e prudência. “Já sofri muitas falsas esperanças”, confessou. “Mas esta parece diferente. Há algo aqui que o tempo não conseguiu apagar.”
Os especialistas em criminologia consideram queesta fase da investigação pode representar o ponto mais próximo da verdadedesde o desaparecimento do menino em 1998. O uso de novas tecnologias forenses é visto como essencial nesse avanço.
Segundo o perito António Varela, “O ADN é a chave final. Ele não mente. E se as amostras realmente coincidirem, teremos finalmente um enredo coerente após 25 anos de contradições e silêncio.”
Os media portugueses acompanham o caso com grande atenção, destacandoa emoção e o impacto socialque a notícia gerou em todo o país. As redes sociais inundaram-se de mensagens com a hashtag #JustiçaParaRuiPedro.
No entanto, há quem alerte para a necessidade de prudência. “A esperança é poderosa, mas também perigosa”, declarou a psicóloga forense Marta Ribeiro. “Cada nova revelação reacende uma dor que nunca desapareceu.”
A Polícia Judiciária mantém-se firme:“Não confirmamos nada até que as análises finais estejam concluídas.”O relatório oficial deverá ser apresentado nas próximas semanas, marcando o início de uma nova fase da investigação.
Enquanto o país espera, a imagem de Rui Pedro — aquele menino sorridente de 11 anos — volta a preencher jornais, ecrãs e corações. Portugal revive a mistura agridoce de esperança e tristeza que nunca se apagou.
Para Filomena, não há vitória sem verdade. “Não quero culpados falsos, quero respostas reais”, disse. “Se o meu filho estiver em paz, quero saber. Se ainda houver dúvidas, lutarei até ao fim.”
Os investigadores reconhecem o peso emocional do caso. Muitos afirmam queesta nova etapa não é apenas sobre justiça, mas também sobre memória, humanidade e dignidade. Um país inteiro observa em silêncio, entre lágrimas e expectativa.
A história de Rui Pedro Teixeira Mendonça continua a ser contada — agora com novos capítulos que poderão, finalmente, trazer o desfecho que Portugal esperou por mais de um quarto de século.