A mãe de Rui Pedro Teixeira Mendonça, Filomena Teixeira, não conseguiu conter as lágrimas quando a Polícia Judiciária confirmou os resultados das novas análises de ADN sobre os vestígios encontrados na antiga propriedade de Afonso Dias, o principal suspeito do desaparecimento do menino.

A descoberta, feita durante uma escavação recente nos arredores de Lousada, revelou restos de tecido e fragmentos ósseos cuidadosamente escondidos no subsolo. A polícia acredita que estes elementos podem finalmente responder às perguntas que assombram o país há mais de 25 anos.

Segundo fontes próximas à investigação, os peritos do laboratório forense de Coimbra trabalharam durante semanas para identificar as amostras biológicas, comparando-as com o ADN de Filomena e do pai de Rui Pedro. O resultado foi descrito como “altamente consistente”.

As análises iniciais indicam que há uma correspondência genética de 99,87% entre os fragmentos recolhidos e o perfil genético de Rui Pedro, desaparecido a 4 de março de 1998, quando tinha apenas 11 anos.
O silêncio tomou conta da sala de conferências quando o inspetor-chefe leu os resultados. Filomena, presente no local, cobriu o rosto com as mãos e desabou em prantos, murmurando: “Meu filho, finalmente posso levar-te para casa.”
Os agentes, muitos deles envolvidos desde o início do caso, também se mostraram emocionados. Um dos investigadores veteranos confessou: “Foram décadas de frustração e de perguntas sem resposta. Hoje, talvez possamos dar-lhe paz.”
A casa onde os vestígios foram descobertos pertenceu a Afonso Dias, o homem que sempre foi considerado o principal suspeito. Apesar de ter sido detido e julgado por outros crimes, nunca foi formalmente condenado pelo desaparecimento do menino.
As recentes escavações foram motivadas por um novo testemunho anónimo, que indicou uma zona do terreno onde “ninguém nunca tinha escavado”. Ali, sob camadas de cimento e madeira, encontravam-se os fragmentos agora analisados.
Os peritos afirmam que os restos estavam dispostos de forma deliberada, o que sugere tentativa de ocultação. No entanto, o estado de degradação dos materiais tornou o processo de análise complexo e demorado.
Fontes internas garantem que novas provas também foram recolhidas, incluindo vestígios de tecidos e objetos pessoais compatíveis com a época do desaparecimento. Entre eles, um pedaço de tecido azul-claro semelhante à camisola que Rui Pedro usava naquele dia.
Filomena Teixeira, num breve comunicado à imprensa, disse apenas: “Esperei 27 anos por este momento. Não é o fim que sonhei, mas é o fim que merecíamos.” As suas palavras emocionaram o país inteiro.
O Primeiro-Ministro português expressou solidariedade à família, afirmando que “Portugal deve a Filomena um pedido de desculpas coletivo” e prometendo total transparência na fase final do inquérito.
Os especialistas em criminologia afirmam que esta nova evidência pode finalmente encerrar um dos casos mais dolorosos e mediáticos da história judicial portuguesa, trazendo uma forma de justiça simbólica após décadas de dor.
Segundo o Ministério Público, o dossiê será reaberto para avaliar a possibilidade de novas acusações contra pessoas envolvidas na altura do desaparecimento, incluindo antigos conhecidos de Afonso Dias.
A advogada da família Teixeira confirmou que irá solicitar a reclassificação do caso como “homicídio qualificado” e exigirá investigação sobre “a rede de proteção e de silêncio” que teria impedido a verdade de vir à tona durante tanto tempo.
Nos últimos anos, Filomena tornou-se símbolo de coragem e perseverança, mantendo viva a memória do filho através de campanhas públicas e vigílias anuais em Lousada. Cada ano, no dia 4 de março, dezenas de pessoas acendem velas em sua homenagem.
Nas redes sociais, a notícia gerou milhares de mensagens de apoio e emoção. A hashtag #JustiçaParaRuiPedro voltou a dominar o espaço digital, com cidadãos de todo o país a expressarem tristeza, solidariedade e alívio.
Um ex-inspetor da PJ revelou em entrevista que “muitos dentro da instituição nunca deixaram de procurar”, descrevendo o caso como “um fantasma que seguia cada agente envolvido”.
Enquanto o processo judicial avança, a equipa de antropologia forense prepara-se para realizar exames complementares aos fragmentos ósseos e tecidos, a fim de determinar a causa e a data aproximada da morte.
Especialistas acreditam que os resultados poderão ser decisivos para comprovar se Rui Pedro morreu logo após o desaparecimento ou se terá sido mantido em cativeiro, hipótese que sempre perseguiu Filomena.
O país observa, em silêncio, o desfecho desta história trágica que marcou uma geração inteira. “Este é o dia que esperávamos e temíamos ao mesmo tempo”, escreveu um jornalista veterano, resumindo o sentimento nacional.
Para Filomena Teixeira, cada palavra pronunciada hoje representa a conclusão de uma busca interminável. O seu olhar, cansado mas sereno, revelou mais do que qualquer declaração: “A verdade dói, mas o silêncio mata.”
Portugal despede-se agora do menino que durante décadas foi símbolo de esperança e de dor. E, finalmente, a justiça parece ter encontrado o caminho até à verdade.