A temporada de 2025 da Fórmula 1 continua a entregar momentos de alta tensão, e o Grande Prêmio de Miami, realizado no último domingo (5), adicionou mais um capítulo eletrizante à disputa. A Red Bull Racing, uma das equipes mais dominantes da categoria, apresentou um protesto formal contra o resultado da corrida, mirando especificamente o terceiro lugar conquistado por George Russell, da Mercedes. A ação, que gerou debates acalorados no paddock, também incluiu um pedido de alteração nas regras para situações semelhantes no futuro, reacendendo rivalidades e expondo a competitividade feroz da F1.

O Contexto da Polêmica
Durante a corrida no circuito do Hard Rock Stadium, um incidente envolvendo o abandono de Oliver Bearman, da Haas, acionou o Virtual Safety Car (VSC). Aproveitando a neutralização, Russell fez uma parada estratégica nos boxes, retornando à pista à frente de Max Verstappen, da Red Bull, que já havia cumprido sua parada sob bandeira verde. A manobra garantiu ao britânico o terceiro lugar, com Verstappen terminando a apenas 2,3 segundos atrás, em quarto.
No entanto, a Red Bull alegou que Russell não reduziu a velocidade adequadamente durante o período de bandeira amarela, violando o artigo 2.5.5b do Apêndice H do Código Desportivo Internacional da FIA. Segundo Christian Horner, chefe da equipe, dados de GPS indicaram que Russell continuou acelerando, ainda que em um ritmo mais lento, sem a redução exigida pelo regulamento. “O regulamento é claro: deve haver uma redução real de velocidade. Sentimos que houve uma infração evidente, e Max percebeu isso imediatamente do cockpit”, declarou Horner em entrevista à imprensa.
A Red Bull, estrategicamente, instruiu Verstappen via rádio a manter a diferença para Russell dentro de cinco segundos, uma margem comum para penalidades de tempo. Caso o protesto fosse aceito, a punição poderia elevar Verstappen ao pódio, alterando a classificação final e impactando a disputa no Mundial de Pilotos e Construtores.
A Audiência e a Decisão da FIA
Os comissários da FIA convocaram representantes da Red Bull e da Mercedes para uma audiência às 19:15, horário local de Miami, logo após a corrida. A discussão girou em torno das evidências apresentadas, incluindo telemetria e imagens onboard. Verstappen, inclusive, relatou pelo rádio: “Verifiquem se George levantou o pé, havia uma bandeira amarela”. A Red Bull reforçou sua posição com dados de GPS, mas a Mercedes defendeu que Russell agiu dentro das normas.
Após análise, os comissários rejeitaram o protesto, considerando-o infundado. George Russell manteve o terceiro lugar, enquanto Verstappen permaneceu em quarto. A decisão, publicada oficialmente pela FIA, foi um balde de água fria para a Red Bull, que esperava capitalizar a situação. “A Red Bull gastou dinheiro à toa”, ironizou um post no X, refletindo o sentimento de alguns fãs.
Repercussões e o Pedido de Alteração
Além de buscar a punição deRussell, a Red Bull também solicitou à FIA uma revisão nas regras relacionadas ao comportamento dos pilotos sob bandeiras amarelas e VSC. A equipe argumenta que a falta de clareza no regulamento permite interpretações subjetivas, o que pode comprometer a justiça nas corridas. Essa iniciativa, embora não tenha impacto imediato, sinaliza a intenção da Red Bull de pressionar por maior rigor e transparência.
O incidente também reacendeu a rivalidade entre Horner e Toto Wolff, chefe da Mercedes. Imagens capturadas no paddock mostraram uma discussão acalorada entre os dois, com Wolff defendendo veementemente seu piloto. “George fez o que era permitido. A Red Bull está tentando criar distrações”, afirmou Wolff.
Impactos no Campeonato
A decisão da FIA em Miami tem implicações significativas. No Mundial de Pilotos, Verstappen, atualmente terceiro, está a apenas 12 pontos do líder Oscar Piastri e dois pontos atrás de Lando Norris. Um pódio teria reduzido ainda mais essa diferença. No Mundial de Construtores, a Mercedes ampliou sua vantagem sobre a Red Bull, que enfrenta pressão crescente da McLaren.
Além de Russell, outros pilotos, como Carlos Sainz (Williams) e Pierre Gasly (Alpine), também foram investigados por possíveis infrações similares, mas nenhuma penalidade foi aplicada. A ausência de punições adicionais reforça a percepção de que a FIA optou por manter a classificação original para evitar controvérsias ainda maiores.
O Que Vem Por Aí?
O protesto da Red Bull, embora rejeitado, destaca a intensidade da temporada de 2025, marcada por disputas técnicas, estratégicas e políticas. A próxima etapa, o GP da Espanha, trará mudanças nas avaliações das asas flexíveis, o que pode alterar a hierarquia do grid e reacender rivalidades. Enquanto isso, a Red Bull promete manter os olhos abertos, pronta para capitalizar qualquer deslize dos adversários.
Para os fãs, o episódio é mais um lembrete do que torna a Fórmula 1 tão cativante: a combinação de velocidade, estratégia e drama. E, com Verstappen, Russell e cia. na pista, a temporada promete ainda mais emoções.