A Fórmula 1, conhecida por suas corridas emocionantes e rivalidades intensas, frequentemente se vê envolvida em controvérsias fora das pistas que capturam tanto a atenção do público quanto as disputas pelo pódio. Recentemente, uma dessas polêmicas reacendeu os holofotes sobre Danica Patrick, ex-piloto de IndyCar e NASCAR, que, apesar de ter sido banida permanentemente de comentar pela FIA e pela Sky Sports, voltou a ser assunto ao se pronunciar sobre um embate verbal entre Kelly Piquet e Lando Norris. O incidente, que girou em torno de um comentário desrespeitoso de Norris sobre Max Verstappen, marido de Piquet, gerou debates acalorados no mundo do automobilismo e trouxe à tona questões sobre comportamento, rivalidade e as consequências de declarações públicas.

Tudo começou após o Grande Prêmio do México de 2024, quando Lando Norris, piloto da McLaren, se referiu a Max Verstappen, da Red Bull, como “holandês estúpido” em uma entrevista pós-corrida. A declaração, feita em um momento de tensão após um confronto agressivo entre os dois na pista, não passou despercebida. Verstappen, tricampeão mundial, foi penalizado com duas punições de 10 segundos por manobras consideradas perigosas contra Norris, o que resultou em uma corrida frustrante para o holandês, que terminou em sexto lugar, enquanto Norris conquistou o segundo. A rivalidade entre os dois pilotos, que disputam o título de 2024 com apenas 47 pontos de diferença, já estava no centro das atenções, mas o comentário de Norris elevou o conflito a um nível pessoal.

Kelly Piquet, namorada de Verstappen e filha do tricampeão Nelson Piquet, não deixou o comentário passar em branco. Em suas redes sociais, ela respondeu com críticas contundentes, chamando as palavras de Norris de “desrespeitosas” e “indignas de um piloto profissional”. Sua resposta, carregada de emoção, defendeu Verstappen, destacando sua habilidade e dedicação ao esporte, e acusou Norris de tentar desviar o foco de sua própria performance. A troca de farpas rapidamente viralizou, com fãs de ambos os lados tomando partido e alimentando a discussão nas plataformas digitais.

Foi nesse contexto que Danica Patrick, mesmo afastada de seu papel como comentarista, decidiu entrar na controvérsia. Em uma postagem em sua conta no X, Patrick surpreendeu ao apoiar Norris, argumentando que rivalidades acaloradas são parte essencial da Fórmula 1 e que comentários como o dele, embora rudes, refletem a paixão e a intensidade do esporte. Ela também questionou a reação de Piquet, sugerindo que a modelo deveria “se ater ao seu papel fora das pistas” e evitar alimentar polêmicas públicas. A declaração de Patrick, inesperada devido ao seu banimento, causou reações mistas. Alguns fãs elogiaram sua coragem em opinar, enquanto outros a criticaram por reacender uma discussão da qual ela já não fazia parte oficialmente.

O banimento de Danica Patrick pela FIA e pela Sky Sports, embora não detalhado em fontes oficiais recentes, parece estar ligado a uma série de controvérsias anteriores. Patrick, que ingressou na equipe de comentaristas da Sky Sports em 2021, enfrentou críticas por comentários polêmicos, incluindo uma declaração em 2023 de que a mentalidade necessária para a Fórmula 1 “não é normal para uma mente feminina”. Essa fala gerou indignação entre fãs e pilotos, levando a pedidos para sua remoção. Além disso, suas opiniões políticas e apoio a teorias conspiratórias, como as mencionadas em seu podcast, intensificaram a pressão para que ela fosse afastada. Apesar de ter continuado na Sky Sports em 2024, cobrindo sete corridas, sua ausência em eventos como o Grande Prêmio de Mônaco de 2025 e rumores de um banimento permanente indicam que sua relação com o esporte permanece tensa.

A intervenção de Patrick no caso Piquet-Norris reacendeu debates sobre seu papel no automobilismo. Para alguns, sua experiência como a única mulher a vencer uma corrida na IndyCar dá a ela autoridade para comentar, mesmo que de forma não oficial. Para outros, sua tendência a provocar controvérsias a torna uma figura divisiva. Enquanto isso, a rivalidade entre Norris e Verstappen continua a dominar as manchetes, com o Grande Prêmio de São Paulo de 2024 sendo um ponto de inflexão, onde Norris conquistou a pole position e Verstappen enfrentou dificuldades após uma bandeira vermelha controversa. Kelly Piquet, por sua vez, também criticou a FIA por essa decisão, mostrando que a tensão não se limita aos pilotos.

À medida que a temporada de 2025 se aproxima, com o Grande Prêmio da Austrália marcando o início, o esporte continua a ser um caldeirão de emoções, rivalidades e opiniões. A voz de Danica Patrick, mesmo banida, prova que as discussões fora das pistas podem ser tão intensas quanto as corridas, mantendo a Fórmula 1 como um espetáculo que vai muito além da velocidade.